O Início — Digo, fatos importantes para você entender a história

As teorias sobre a criação do Universo afirmam que, se ele foi criado e não surgiu assim, como dizem, extraoficialmente, existe desde algo entre 15 e 20 bilhões de anos atrase. Segundo essa linha de raciocínio, calcula-se que a Terra tenha cerca da 4,5 bilhões de anos.

Essas datações estão incorretas.

Outros estudiosos medievais judeus definem a data da criação do Universo em 3760 a.C, ortodoxos gregos no entanto, definem a criação do Universo em 5508 a.C.

Essas datas, também são incorretas.

Já James Usher, públicou em 1654, em seu tratado Annales Veteris et Novi Testamenti, que sugeria que a Terra e o Céu foram criados em 4004 a.C, mas seu assistente levou as contas mais além e anunciou de modo triunfante, que a Terra foi criada em 21 de Outubro de 4004 a.C, às 9 da manhã,  porque Deus gostava de trabalhar logo cedo, porque estava cheio de disposição.

Isso também está incorreto, por quase uma hora, mais exatos 45 minutos.

A questão dos dinossauros, com o fóssil de seus esqueletos foram uma brincadeira, que os paleontólogos não se deram conta ainda.

E isso prova duas coisas:

Primeiro, que Deus e eu, agimos de forma extremamente misteriosa, para não dizer tortuosa. Não jogamos dados com o Universo, jogamos um jogo inefável de nossa própria autoria, que pode ser comparado, na perspectiva de qualquer um dos jogadores, a se estar engajado numa versão obscura e complexa de pôquer, numa sala completamente escura, cartas em branco e apostas infinitas, além de um crupiê que não lhe diz as regras e sorri o tempo todo.  

Segundo, a Terra é de Libra.

Tudo começa em um Jardim e particularmente, espero que termine em um também.

Essa história não é apenas da criação do Universo,ou mesmo de bruxos, ou uma família de Sete - contando comigo -, entidades imortais, os Perpétuos, mas o que se sabe é que está registrada categoricamente no livro de Adrienne d'Heur - uma bruxa francesa que tinha a capacidade de prever o futuro -, As Justas e Precisas Profecias de Adrienne d'Heur, é uma história sobre o possível apocalipse.

Contudo, para prosseguirmos na narrativa, é preciso lhes apresentar os seguintes conceitos: bruxos, daemons e claramente, os Perpétuos. Vamos começar!

Os bruxos são os filhos de Lilith, criados por ela, depois que foi expulsa do Jardim do Éden, após recusar a se submeter à Adam e antes que fosse para o Inferno, deixou uma centelha de sua presença que cresceria entre os maravilhosos jardins de Deus, que seria conhecido hoje em dia, como bruxos. Isso gerou uma peculiaridade, que foi nomeada como daemons. Os descendentes de Lilith cresciam majestosamente e espalhados pelo mundo, buscavam viver em harmonia com os descendentes de Adam e Eve, mas era difícil, eram quase sempre, caçados.

Já os daemons, a peculiaridade dos descendentes de Lilth, são a manifestação corpórea da alma de uma pessoa, a manifestação de seu "eu interior", em uma forma animal. Eles pensam, falam, agem e possuem suas opiniões e comentários. Durante a infância, não possuem forma fixa, podendo alterar sua aparência quando bem convier para o que lhe for preciso. É durante a adolescência, que uma forma é fixada, mas não é impossível de acontecer cedo isso é eles possuem nome, que geralmente é dado pelos pais de seu humano, mas seus humanos podem os nomear também. É curioso ver que alguns descendentes de Adam e Eve possuem daemons, mas isso se deve ao fato de que em alguma parcela distante de seu sangue, houve um descendente de Lilith. Esses casos, são conhecidos como os nascido trouxa.

Os Perpétuos... Meu conceito favorito. Somos sete entidades antropomórficas que representam as forças  da natureza e simbolizam os fenômenos respectivos além de os controlar. Somos em sete, filhos da Noite e do Tempo e cada um de nós possui um reino, com o símbolo de outros Perpétuos em uma Galeria, e claro, nossas próprias leis e regras. Somos: eu, o Destino, o mais velho dos Perpétuos, Morte, Sonho, Desejo, Desespero, Delírio e Destruição, que sumiu e não o vemos há eras.    

A Tragédia — A história de como meu querido irmão do meio ferrou o universo

Antes de começar essa história, devo deixar claro que nada do que ocorreu foi minha culpa, ou foi planejado e eu tentei ajudar Sonho a sair de seu cativeiro, mas eu não sói responsável pelas escolhas humanas!

Com o decorrer dos tempos, os descendentes de Adam e Eve, junto aos de Lilith prosperaram, os bruxos floresciam e suas escolas de magia tornavam-se marcos, mas a ganância, a ambição e o poder, infelizmente ainda existiam e haviam mortais que achavam-se capazes de desafiar os deuses e um deles, foi Étienne Devereaux, um bruxo que nasceu em 1872, tendo dois filhos: Icarus e Daniel, seu filho mais velho, que pereceu durante a Primeira Guerra Mundial.

Com a morte de seu filho, Étienne ficou obcecado em lhe trazer de volta dos mortos, mesmo sabendo que não havia no mundo, uma magia que trouxesse de volta a vida, alguém que havia morrido, mas alguma coisa devia existir, mesmo escondida. Por cinco anos após a morte do filho, ele ficou fazendo suas pesquisas e acabou fundando a Ordem Negra, que explorava a magia além dos seus limites, faziam artes profanas e ilícitas. Uniu-se em 1916, com Jean Pierre Gauthier que também havia perdido seu filho na guerra, Thierry, para pôr as mãos no Grimorio de Maria Madalena, que trazia rituais profanos e proibidos para todos e com esse livro, realizou um ritual.

Acabou capturando, não a Morte como ele queria, mas meu irmão, Sonho, que portava suas ferramentas consigo: sua areia que usava para conceder sonhos ou pesadelos aos mortais, seu rubi um catalisador de seu poder e podia realizar sonhos ou pesadelos e seu elmo, que era sua coroa. Foi informado de quem era e o que era os Perpétuos por um dos inimigos de meu irmão, um de seus pesadelos que vive na Terra, espalhando caos, nunca soube exatamente seu nome, acho que era Hélius, que ajudou Étienne a prender Sonho devidamente e o instruiu a matar seu corvo, Elizabetta.

A prisão de Sonho trouxe consequências. Os mortais iam dormir e não sonhavam, seus sonhos eram inexistentes e vazios, alem de seus pesadelos, não dormiam bem. Outros, dormiam e não mais acordavam, havia também, aqueles que não conseguiam mais dormir, o que ficou conhecido como a Doença do Sono.

Séculos se passaram e as ferramentas de meu irmão foram espalhadas pelo mundo, ninguém sabe onde estão.

Mas em 2022, meu irmão acabou se libertando de seu cativeiro e após a morte de Uriel Devereaux, neto de Étienne, o mundo poderia mais uma vez sonhar, mas os bruxos em  específico, estavam com um grave problema.

Se as ferramentas do Sonho fossem usadas contra si, seriam sua ruína. Eram poderosas demais para cair nas mãos erradas.

A Caçada às Relíquias de Sonho

Agora, vocês devem estar se perguntando uma coisa, aposto. Mas Destino, o que aconteceu com as ferramentas de Sonho?

Vamos voltar para 1930, quando Étienne Devereaux foi morto por acidente por Daniel, que tinha matado Elizabetta e engravidado sua amante, mandando-lhe abortar a criança. A amante do homem se chamava Marianne d'Heur, uma descendente de Adrienne. Ela roubou dinheiro, as relíquias de Sonho e fugiu de Paris. Não se sabe dela, desde que ela fugiu da capital francesa, ao menos, bruxos e humanos.

Agora, o que eu sei: a mulher acabou vendendo as ferramentas para que pudesse recomeçar sua vida e se proteger dos homens de Étienne que iriam querer reaver as relíquias, ela sabia que precisaria de proteção.

Acabou por bater na porta da Ordem Tríplice, aqueles que protegem o mundo de ameaças e caos e desde que Sonho foi capturado, buscam resgatar o rei do Sonhar e o levar para seu domínio, mas sem sucesso. E com o passar das décadas, a perda das relíquias e a ameaça da Ordem Negra, é apenas uma fagulha acesa corretamente, para que tudo que amamos, seja destruído.

A caçada pelas ferramentas de meu irmão começou e bom, eu espero que ele as ache, não gostaria de ver o universo ser destruído. Como vocês dizem? Eu estou em jogo?

Assinado,
O Destino dos Perpétuos.